Jogos e brincadeiras indígenas

A diversidade encontrada dentre as diferentes tribos e etnias dos povos indígenas brasileiros é imensa. Tratam-se de verdadeiras nações que, diferentes entre si, cultivam aspectos bastante específicos e a linguagem é o principal deles.

Esta diversidade linguística se reflete nos nomes dos 13 jogos e brincadeiras indígenas que iremos apresentar. Algumas delas possuem o nome em português, ou até foram incorporadas ao nosso vocabulário, o que demonstra ainda mais como já estão enraizadas em nossa cultura.

Os nomes dos 13 jogos e brincadeiras indígenas que escolhemos são:

1. Uatá
2. Toloi Kunhügü
3. Ukigue Humitsutu
4. Tucunaré
5. Kopü Kopü (Peteca)
6. Heiné Kuputisü
7. Cabas-Maë
8. Tatu
9. Ikindene
10. Perna de pau
11. Pião
12. Arco e flecha
13. Katuga Ikugu

Os tipos de brincadeiras indígenas variam bastante. Grande parte delas são voltadas às crianças da tribo e, desta forma, algumas delas são simples e não exigem muita força física como por exemplo o Ketinho Mitselü (Figuras de barbante). Esta brincadeira é popular entre adultos e crianças e é um ótimo passatempo.

Outro exemplo de tipos de brincadeiras indígenas é o Ikindene, que requer força e resistência física além de muito equilíbrio. Trata-se de uma espécie de luta, ou arte marcial, sendo uma das mais lindas expressões culturais do povo Kalapalo, originários do sul do Xingu.

Veja a seguir detalhes de cada uma dos 13 jogos e brincadeiras indígenas que escolhemos e como elas são de diferentes tipos e formas de se brincar ou jogar.

Leia abaixo nossa seleção de 13 jogos e brincadeiras indígenas:

1. Uatá

Muito popular entre crianças pequenas, o Uatá é a versão indígena do famoso “pula-sela”. Consiste em pular a pessoa à frente, que fica abaixada e quase de 4 no chão. O objetivo desta brincadeira é pular por cima da pessoa sem se apoiar ou encostar em nada. Após pular, a pessoa toma a posição de abaixar e assim por diante. Quem não conseguir pular sem encostar na pessoa ou se apoiar, volta para o final da fila.

2. Toloi Kunhügü

É uma brincadeira bastante lúdica e realizada geralmente a beira d'água. O líder da brincadeira é chamado de gavião, e desenha no chao uma árvore repleta de galhos. em cada um dos galhos fica uma criança, chamada no jogo de passarinho. A brincadeira consiste na “caça” dos passarinhos, que provocam o gavião através de cantos e batidas dos pés no chão. O gavião então se aproxima lentamente e, através de pulos, tenta pegar o passarinho. Quem for o último passarinho capturado é o ganhador da brincadeira.

3. Ukigue Humitsutu

Consiste em uma prova de resistência e competitiva entre homens jovens das tribos. Os jogadores correm de um ponto ao outro sem respirar e devem parar quando se perde o fôlego. Quem chegar mais longe, e ser o último a perder o fôlego, é o ganhador.

4. Tucunaré

Primeiramente é feito um rio de mentira, utilizando barbantes e pedaços de madeira. Neste espaço é demarcado onde é a parte funda e a parte rasa e no fundo 4 participantes são posicionados, os chamados Tucunaré. Na parte rasa, ficam cerca de 8 participantes, os chamados peixinhos. É permitido aos peixinhos sair por 6 pontos do quadrado, e a brincadeira é tentar escapar sem ser pego pelos tucunarés que capturam os peixinhos e os levam para a demarcação interna do quadrado que representa o rio.

5. Kopü Kopü (Peteca)

Jogada em duplas ou em um grupo em círculo, a peteca é muito popular nas tribos. O objetivo é não deixar a peteca cair e, diferente da peteca praticada em clubes, não existe a utilização de redes. Em algumas tribos existe uma prenda a ser paga por quem deixar a peteca cair, como por exemplo na tribo dos Kapalo, onde quem deixa a peteca cair sofre cócegas por parte de todos os outros jogadores.

6. Heiné Kuputisü

Nesta brincadeira o objetivo é pular com um pé só de um ponto ao outro, sem cair ou encostar o outro pé no chão. Quem não conseguir volta pro final da fila ou é eliminado. Este jogo assemelha-se muito ao popular “Saci”, brincadeira famosa entre as crianças brasileiras.

7. Cabas-Maë

Os participantes são divididos em 2 grupos, um chamado de roçadores e o outro cabas. De mãos dadas e sentados em círculo no chão, os cabas representam ninhos de marimbondos e balançam as mãos para cima e para baixo enquanto cantam. Os roçadores simulam com movimentos das mãos, um trabalho na lavoura, e se aproximam dos cabas lentamente. Se algum roçador encostar em algum dos cabas, o círculo se desfaz, simbolizando os marimbondos atacando os roçadores que fogem e, se for pegos, estão fora da brincadeira.

8. Tatu

Também conhecida como “arranca-mandioca” esta brincadeira requer força e é bastante divertida. Bastante popular entre a nação Xavante, a brincadeira tatu consiste em uma fila de crianças sentadas no chão, sendo que a primeira deve se agarrar em algum tronco, árvore ou poste, de forma firme e utilizando braços e pernas. A disputa é um dos jogadores ficar em pé e tentar arrancar cada uma das crianças da fila. Não há muitas regras e até cócegas são permitidas.

9. Ikindene

Trata-se de uma disputa que mais parece uma cerimônia. É praticada somente por homens e é uma espécie de arte marcial ou luta. O uso de pintura corporal, colares, braceletes e outros enfeites, dá o tom de importância que o Ikindene tem para os Kapalo, que muito o praticam. Consiste em tentar derrubar o oponente utilizando somente as mãos. Requer muito equilíbrio e estratégia no jogo de força com o adversário. Ganha quem derrubar o oponente e é eliminado quem tocar com a mão nas pernas do outro lutador.

10. Perna de pau

Popular entre as crianças Xavantes, a brincadeira de perna de pau começa com a aventura de se buscar o galho ideal. Dezenas de crianças vão em grupo para as matas em busca de árvores cujos galhos tenham forquilhas em ângulos que sirvam para o brinquedo. A busca é parte da brincadeira e pode durar horas. Depois disso as crianças brincam pela aldeia, tendo a breve sensação de serem mais altas.

11. Pião

De origem muito antiga, sendo brinquedo de crianças de diversos povos do mundo, o pião é muito popular entre as crianças e até os adultos indígenas. A sua fabricação varia com cada tribo, que utilizam diferentes sementes e pedaços de bambu para se fazer a haste do peão. A brincadeira consiste em fazê-lo girar o mais rápido possível. Se a brincadeira for com mais de uma pessoa, o ganhador é aquele cujo peão permanecer mais tempo rodando e em pé.

12. Arco e flecha

É uma brincadeira popular principalmente entre os meninos das tribos. É assim que eles aprendem a confeccionar o arco e as flechas e também como se usa este importante instrumento de caça. Os materiais usados são os mais diversos e a pontaria também é treinada nesta brincadeira. É comum que os meninos da tribo acompanhem seus pais durante as caçadas na mata, portando seu arco e flecha de brinquedo para praticar.

13. Katuga Ikugu

Este jogo é composto por 2 times de 10 pessoas cada. No chão são demarcados espaços, semelhantes a gols, para cada um dos times. Assemelha-se com o handebol pois é lançada com as mãos uma pequena bola, mais ou menos do tamanho de uma bola de tênis e muitas vezes feita com látex extraído da floresta. Usando a cabeça ou os joelhos, vence o time que fizer mais gols contra o adversário.

Parte viva da composição cultural brasileira, as brincadeiras de origem indígena nos contam muito sobre os costumes e a história dos povos originários.

Integradas de forma harmônica com a natureza, fazendo lindas reverências à animais e plantas, as brincadeiras de origem indígena dão valiosas lições a crianças e adultos. Seja como forma de valorização da cultura indígena, ou simples forma de entretenimento, as brincadeiras de origem indígena são sempre uma boa ideia.

Agora que você já conhece as brincadeiras de origem indígena, também pode estar interessado em nosso artigo sobre nomes indígenas.

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